nada como ser datado. sou de uma outra época. naquele tempo, ficávamos esperando um mês pra ver um comentário na bizz sobre o festival com bandas internacionais que rolou fim-de-semana passado. hoje, as publicações acontecem em tempo real. tenho certeza que muito blogueiro escreveu direto do planeta terra sobre os shows que rolaram na villa dos galpões. é uma outra freqüência, um modo diferente e apressado de se relacionar com o mundo... não acho que seja melhor ou pior, mas com certeza é diferente. e pensar que há um 50 anos não tínhamos sequer transmissões ao vivo pela tv...
pra ser bem sincero, só tenho certeza de ter visto jesus and mary chain (motivo primário da minha ida ao evento), breeders e offspring. as outras apresentações, por diferentes motivos, vi aos pedaços e não dá pra emitir parecer. a única que abandonei por desinteresse foi a do bloc party. vi umas três músicas e tava achando um saco.
deixei o bloc party pra lá e fui ver as gêmeas "parideiras" e foi o máximo. sem exagero, desconfio que o show do breeders foi o melhor que eu já vi na vida. foi extraordinário, fora do comum mesmo. trata-se de uma banda com muito impacto ao vivo. por ser uma "cria" do pixies, não dava pra esperar pouca coisa, mas me surpreendeu. não quero ficar citando músicas, prefiro destacar a empatia que rolou entre a banda e o público. na verdade, acho que o efeito que o show causou em mim deve-se especialmente a isso. todo mundo (banda e audiência) com um sorriso na cara. dava pra perceber que a banda não estava fazendo apenas mais um show: elas estavam felizes por estar ali. no fim das contas, eu acabei lembrando das razões que me levaram ao tal rock'n'roll: diversão, alegria de viver, etc, etc, etc.
o jamc foi maravilhoso e o jim reid é um frontman que não precisa fazer nada de sobrenatural para prender sua atenção. jim foi cordial e contrariou sua fama de antipático. acho que a "nova" postura dele serve para demonstrar que envelhecer tem suas vantagens e que a idade nos ensina a dar valor a coisas básicas como um "boa noite", "obrigado", enfim.
esses caras lançaram álbuns que considero fundamentais pra qualquer pessoa interessada em guitarras. 'psychocandy' e 'honey's dead' são álbuns que retratam perfeitamente o que de mais importante estava rolando nas décadas de 80 e 90, respectivamente. além disso, jamc é uma das bandas do coração. top 5 indiscutível. tem uma bizz das antigas (anos 80, mas não lembro exatamente quando) falando de um show deles em curitiba e eu olhava aquela matéria e pensava: "putz, nunca vou ter uma oportunidade como essa". aí veio o cochoella/2007 e o anúncio do retorno. e aí eu pensei: 'opa, pode ser...'. a coisa acabou se concretizando sábado passado.
um outro ponto sobre o show do jamc. conheci mais profundamente a banda por causa de super (talvez, ex) amigo, que me emprestou a discografia disponível à época. fiquei de cara. achei o som incrível e passei a acompanhar os passos da banda. acontece que esse amigo sempre repetia: 'ainda não tô pronto pra morrer, não vi um show do jesus'. quando os caras entraram no palco, senti falta dele e queria ele também estivesse lá pra ser testemunha do momento. na hora, quis até ligar pra ele e tal, mas ele agora está em outra viagem e provavelmente iria ironizar o telefonema...
dicas:
discografia do jesus and mary chain
discografia do breeders
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